Turismo eno-gastronomico pós pandemia

Viagem enogastronomica

Não há como negar que a pandemia abalou todas as estruturas da sociedade, em especial para aqueles que tinham um negócio próprio. Afinal de contas, com a implementação do distanciamento social, muitos tiveram que se manter em casa.

Em razão disso, os comércios tiveram que procurar novas formas para se manter de pé. Mas, diante de um novo cenário, onde as flexibilizações estão em grande escala e estamos caminhando para o mesmo estilo de vida de antes, como andam os comércios?

Ou como está o turismo eno-gastronômico pós-pandemia? Será que esse foi um setor que teve grandes impactos? Se sim, como foi possível se adaptar e gerar novas formas de manter o negócio na ativa? E quais são as prospecções para o futuro?

Essas são dúvidas bem comuns em relação a esse assunto, mas no artigo de hoje iremos esclarecer todas as questões. Então, não deixe de conferir os tópicos seguintes.

Como é o setor de vinhos no Brasil?

De acordo com uma pesquisa feita pela empresa Ideal Consulting, estima-se que a venda de vinho em litros teve um grande crescimento durante a pandemia.

De acordo com os dados colhidos, em 2019 o consumo era de 383 milhões de litros. Mas, no ano seguinte, aumentou para 501,1 milhões. Porém, ainda que tenha ocorrido uma pequena queda no ano de 2021, não é tido como um retrocesso, uma vez que o número do ano anterior foi bem alto.

Outro dado que mostra quanto esse é um momento interessante para consumir vinhos, é o fato de que, de acordo com a Organização Internacional da Vinha e do Vinho, o país subiu 18% em 2020. Ou seja, de 360 milhões de litros em 2019, passou para 430.

E a tendência é que tudo isso se torne cada vez mais presente. Segundo a enóloga Suziane Antes Jacobs, professora do curso de enologia na Universidade Federal do Pampa, esse momento alavancou pela pandemia, ainda que já estivesse passando por algumas transformações estruturais.

Isso aconteceu porque houveram grandes aumentos do número de regiões que se tornaram produtoras de vinhos, que vão além da Serra Gaúcha. No RS, o crescimento do número de regiões produtoras de uva e vinho começa na Região da Campanha, em meados de 2000.

Hoje, tornou- se a segunda maior região produtora de vinhos finos no Brasil, com uma área de 40 mil Km², mais ou menos. Foi também durante a pandemia que surgiram mais cursos de enologia, o que criou uma evolução na melhora da qualidade dos vinhos.

Por consequência, também gerou maior desenvolvimento no nicho do turismo de vinho, o chamado enoturismo. Assim as pessoas se tornaram mais abertas a conhecer novas vinícolas ou obter alguns objetos próprios para melhorar a experiência da degustação, como o decanter cristal.

Viagem enogastronomica - Decanter de Cristal
Viagem enogastronomica – Decanter de Cristal

Qual é a tendência do turismo eno-gastronômico pós-pandemia?

Gabriela Pötter, fundadora e também diretora da Vinícola Guatambu, afirma que investir em enoturismo foi uma das melhores coisas, haja vista que é o responsável por cerca de 25% do faturamento anual da vinícola.

Tudo isso apenas com venda de tickets ou mesmo ao vender vinhos direto da loja. Fora isso, no ano de 2021 essa atividade voltou a ser oferecida, após um longo período fechado por conta da pandemia. No entanto, foi tudo muito bem aceito.

Isso porque um fato positivo do enoturismo diz respeito ao fato de acontecer apenas em locais abertos, muito amplos. Dessa forma, evita qualquer tipo de aglomeração. Devido a isso, a pós-pandemia para esse setor tem sido algo bem agradável.

Fora isso, para o ano de 2022 o intuito é que essa área cresça ainda mais, haja vista que não só o consumo de vinho aumentou, como também pessoas interessadas em assuntos mais profundos. Por consequência, obtiveram maior sabedoria em relação à quantidade e variedade de vinhos disponíveis.

E, mesmo considerando a alta do dólar, que desfavorece a importação de produtos de fora, a fatia do mercado que representa a venda dos vinhos importados subiu de 32% em 2019 para 34% no ano de 2021.

De acordo com os especialistas, os vinhos finos nacionais vão ter mais espaço nos próximos anos. Isso ocorre porque, entre 2019 e 2021, a fatia do mercado que representa a venda dos vinhos finos nacionais dobrou de 4% para 8%.